22.6.11

"O PROBLEMA SÃO AS PESSOAS DESCUIDADAS". ESSA FOI A EXPLICAÇÃO DO CORONEL ATAMAR PARA JUSTIFICAR AÇÃO DOS FURTOS SORRATEIROS EM MEIO A MULTIDÃO

DESCUIDO, FALTA DE PREVENÇÃO OU IMPUNIDADE


ENTREVISTA. Coronel diz que o problema são as pessoas descuidadas - ZERO HORA, 20/06/2011


Responsável pelo policiamento da Capital, o coronel Atamar Cabreira atribui às pessoas que se descuidam com seus pertences o grande número de ataques de punguistas. Para ele, o problema não é a falta de PMs nas ruas:

Autor das fotos de punguistas, um investigador particular, que normalmente é procurado por clientes com com problemas empresariais e de família, contou a ZH por que faz os flagrantes:

Zero Hora – Como a Brigada Militar trabalha para coibir a ação de punguistas no Centro?

Atamar Cabreira – No Centro, o policiamento é permanente. Chamamos esses casos de furto de descuido, que, como o nome diz, é uma falta de cuidado das pessoas com seus pertences. Aí agem os aproveitadores.

ZH – O senhor quer dizer, então, que o maior problema é o descuido das pessoas e não a falta de policiamento?

Atamar – Com certeza. O policiamento ajuda, faz a prevenção, mas os aproveitadores agem de acordo com a chance que a vítima dá.

ZH – O leitor que fez as fotos diz que há troca de turno por volta do meio-dia e isso deixa a região desguarnecida.

Atamar – Realmente há troca de turno de serviço por volta desse horário, mas temos PMs que fazem horários intermediários.


A declaração do comandante do Policiamento da Capital de que o grande número de ataques de punguistas no centro de Porto Alegre se deve ao descuido das pessoas quanto aos seus pertences, provocou a manifestação de leitores. SOBRE ZH - ZERO HORA 22/06.2011

Andrea Nunes diz que a culpa “é mesmo da população, que aceita passivamente comentários como o do coronel Atamar Cabreira”. Viviane Magalhães ficou indignada: “Assim é fácil se eximir da culpa por falta de policiamento”.

Arlei Dias considerou “revoltante a manifestação”, enquanto Daniel Caon Alves julga que a declaração “mostra o abismo que há entre nossa sociedade e a polícia”.

Jusué Brasil comenta que “o comandante do policiamento culpa as pessoas, mas o contingente que ele coloca nas ruas faz de tudo, menos prevenção”. Virginia Ghisleni considerou a entrevista do coronel “um escárnio à população de Porto Alegre. A culpa é de quem retirou os brigadianos das ruas, ou seja, de quem os comanda”. E Magda de Almeida afirma: “A culpa não é da vítima não, coronel, e o senhor sabe onde estão os culpados. Não ponha esse mico em nossos ombros”.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Na minha opinião, há três fatores que favorecem a ação dos punguistas e o Trezzi colocou muito bem no vídeo em que foi entrevistado - o descuido das pessoas, a falta de policiamento e a impunidade pela falta de punição rigorosa na justiça dos autores destes ilícitos.

Como estes delitos são considerados de menor potencial ofensivo, as penas são brandas e o bandido retorna às ruas para continuar subtraindo os pertences das pessoas. A polícia já cansou de prender a gang da gorda e os mesmos punguistas. E com a lei da impunidade que vem aí mais a lei que estimula o consumo de drogas, os policiais vão fazer vista grossa para estes delitos e a vítima nem irá registrar a ocorrência, pois perderão tempo levando o caso para as delegacias.

É o cúmulo. É estímulo à desordem. Enquanto os legisladores americanos dão exemplo nesta área punindo os pequenos crimes para evitar os grandes crimes, especialmente o tráfico de drogas e latrocínios. Por aqui, nossos legisladores, que defenderam em campanha o rigor das leis e mais segurança pública, primam pelas benevolências para a bandidagem, burocracia nos processos, morosidade da justiça, centralização das decisões judiciais no STF, penas alternativas e medidas cautelares, provas consolidadas em perícias, ingenuidade social e interesses escusos.
Fonte: www.blogdainseguranca.blogspot.com

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