MOTOQUEIRO QUE ATIROU EM AGENTE DA CTTU É SOLTO

Atualizada às 10h34

Deixou a prisão esta manhã o motoqueiro Rosivaldo Lira de Souza, 31 anos, preso na terça-feira passada depois de balear um guarda municipal com a arma do próprio agente. Rosivaldo saiu do Cotel, em Abreu e Lima, acompanhado por familiares. Ele foi solto com base em um pedido de liberdade provisória feito pela advogada Flávia Menezes e concedido pela Justiça, na noite de ontem.

O clima foi de emoção no reencontro do motoqueiro com o pai e a esposa. Rosilvado se disse aliviado, voltou a dizer que só teve a intenção de se defender, mas confessou ter medo e adiantou que pretende pedir garantia de vida. Do Cotel, ele seguiu para o trabalho, no bairro de Beberibe, para só então voltar para casa, na Bomba do Hemetério.

A defesa alega abuso de poder e adianta que, após o término do processo, o cliente pretende mover uma ação indenizatória por danos morais, acrescentando que já há uma ação contra os agentes envolvidos no caso por lesão corporal. Esta manhã, a advogada disse que a ação de indenização será movida contra o estado e o município, enquanto será movida uma ação penal contra os agentes da CTTU. O motoqueiro está sendo acusado de tentativa de homicídio contra o agente Wellington dos Santos Ferreira, 42 anos, além de desacato a autoridade e desobediência. 

O caso aconteceu por volta das 8h, quando o guarda Wellington dos Santos Ferreira, 43 anos, e um colega que preferiu não se identificar pararam o motociclista Rosivaldo Lira de Souza, 30, no semáforo do cruzamento da Avenida Beberibe com a Avenida Professor José dos Anjos. Rosivaldo não teria aceito as indagações dos agentes e, segundo os guardas, teria tentado fugir. O que acabou gerando uma perseguição seguida de discussão, onde um agente foi baleado com um tiro na perna. Rosivaldo foi preso, autuado em flagrante por tentativa de homicídio e encaminhado ao Cotel.

Segundo o delegado Adehílton Barros, da Delegacia de Água Fria, responsável pelas investigações, Rosivaldo teria saído em alta velocidade pela avenida até o armazém onde trabalha, a 100 metros do local da abordagem, colocando em risco a vida de alguns pedestres. “Por isso, os dois agentes o teriam perseguido até o estacionamento do armazém. Quando chegaram ao local, Rosivaldo quis discutir. A arma do agente caiu e Rosivaldo teria se aproveitado para atirar”, afirmou o delegado.  Quatro pessoas foram ouvidas, entre elas o agente Wellington dos Santos. Hoje, a polícia deverá ouvir mais três testemunhas

Na Delegacia de Água Fria, o motociclista alegou legítima defesa para explicar o tiro. “Quando parei no sinal e eles disseram que o farol estava apagado, eu disse que sabia. Eles me avisaram da notificação. Eu disse ‘pode multar’ e segui, pois estava atrasado. Foi quando vieram atrás de mim e já chegaram no estacionamento me batendo e arrancando a placa da moto”, contou Rosivaldo.

O comandante da Guarda Municipal do Recife, Flávio Romárico, afirmou que o caso vai ser apurado pela Corregedoria da corporação. “Houve uma necessidade de utilizar a força, mas vamos esclarecer a parte processual e a parte interna”, afirmou. Apesar de ele ter garantido que os guardas municipais que atuam como agentes de trânsito estão preparados e amparados pela lei para andar armados, a Polícia Federal (PF) esclareceu que nenhuma prefeitura do estado tem o convênio previsto pela lei do desarmamento firmado.

Fonte:www.diariodepernambuco.com.br

Com informações do repórter Raphael Guerra