27.6.11

MILITARES ADMITEM TER FEITO EXAME DE VIRGINDADE EM MANIFESTANTES

O secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty, disse nesta segunda-feira que militares do Egito reconheceram realizar os chamados "testes de virgindade" em manifestantes do sexo feminino. O Major General Abdel Fattah al-Sisi, membro do conselho militar que governa o Egito desde a renúncia do presidente Hosni Mubarak, justificou para a ONG que os testes eram uma maneira de proteger o Exército contra alegações de estupro.

Defensores dos direitos dizem que al-Sisi prometeu que os militares não devem realizar esses testes novamente. Denúncias sobre os testes de virgindade começaram a aparecer após um grande confronto na Praça Tahrir, no Cairo, em 9 de março, quando homens à paisana atacaram manifestantes e o Exército teve que intervir para parar o conflito. A Anistia achou 18 mulheres que alegam terem sido forçadas a fazer o teste.

"Submeter as mulheres a esse procedimento tão humilhante esperando mostrar que elas não teriam sido estupradas na prisão não faz sentido, e não foi nada menos do que tortura. O governo deve dar uma indenização a essas vítimas, incluindo suporte psicológico e médico, e pedir desculpas pelo tratamento dado a elas", defende Shetty, que foi a um encontro com o grupo.

O movimento jovem que liderou as revoltas anti-Mubarak é fortemente crítico aos generais agora no comando, apesar dos esforços pela democracia no país, que terá eleições em setembro. Desde a queda de Mubarak em 11 de fevereiro, os militares reprimiram todos os movimentos pacíficos. Críticos dizem que o atual governo falhou em reestruturar a segurança nas ruas e em iniciar uma política de diálogo nacional.

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