30.12.11

NEM NA FESTA DA ILHA DE "CARAS" TEVE TANTA IMPRENSA: ESPOSAS DAS "CELEBRIDADES" DA PENITENCIÁRIA AGROINDUSTRIAL SÃO JOÃO, NA ILHA DE ITAMARACÁ - PE CHEGAM PRA FESTA


Companheiras dos detentos começam a chegar para festa na Pai. Imagem: Ciro Guimarães/TV Clube/ D. A PressCompanheiras dos detentos começam a chegar para festa na Pai. Imagem: Ciro Guimarães/TV Clube/ D. A PressAs companheiras dos detentos da Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ) já começaram a chegar nesta sexta-feira para passar as festividades de final de ano ao lado dos presos. A partir das 23 h, os cerca de 1,9 mil detentos e suas visitas vão ter um festa com direito a forró, funk e brega para comemorar o fim de ano.
Esta manhã, o secretário-executivo de Ressocialização, Romero Ribeiro, esteve na unidade prisonal. Em entrevista ao Diario de Pernambuco, ele alegou que a ação é importante para "acalmar os ânimos, já que a saída de fim de ano foi suspensa".
Para Geder Rocha, presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, órgão ligado ao Ministério da Justiça, o estado agiu corretamente ao adotar a postura de suspensão do indulto. “Se o governo entende que os números da violência podem aumentar, tem o direito de fazer isso para controlar as estatísticas. A promoção de festas, no entanto, não é uma atitude comum em outras partes do país”, esclareceu.
Já para o promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, “ressocializar não é isso, ressocializar não é promover festas”. O evento ainda foi criticado por defensores dos direitos humanos e representantes da Justiça. O coordenador estadual da Pastoral Carcerária, padre Wilmar Gama, também criticou a iniciativa do estado. “Claro que é importante que os presos tenham lazer e cultura, mas não dessa forma. O que está acontecendo é uma tentativa de maquiar as estatísticas da violência”, opinou. O evento foi sugerido durante reunião do Pacto pela Vida e após a decisão de suspender a saída temporária do mês de dezembro dos beneficiados pelo regime semiaberto.

A iniciativa foi tomada para conter os números da violência no estado, pois, entre janeiro e novembro, foram registrados 37 homicídios a mais que no mesmo período em 2010. A socióloga e pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco Ronidalva Andrade se posicionou contra a medida. “Essa festa não vai trazer nada de positivo. Reeducar é disciplina, cidadania, educação e não promoção de bailes funk”, alegou. “A saída temporária, conhecida como indulto, deveria ser mantida, pois é um direito dos presos”, completou o padre Wilmar Gama.

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