21.12.11

EU JÁ SABIA DISSO: CASA AMARELO NO RECIFE É O SEXTO MAIOR AGLOMERADO URBANO SUBNORMAL DO BRASIL.

Bairro tem 53.030 pessoas vivendo em áreas habitacionais desordenadas.
É o sexto maior aglomerado do gênero no Brasil, segundo dados do IBGE.

Luna MarkmanDo G1 PE
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Casa Amarela contrasta morros e prédios  (Foto: Luna Markman/G1 PE)Casa Amarela contrasta áreas pobres com ruas
mais estruturadas (Foto: Luna Markman/G1 PE)
O Recife tem 109 aglomerados subnormais, de acordo com o Censo Demográfico divulgado nesta quarta-feira (21) pelo IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da cidade, tem um dos maiores do país e ainda sofre com um dos principais problemas das favelas brasileiras, a falta de esgoto.
Em 2010, segundo o instituto, 22,8% dos recifenses --o equivalente a 349.920 pessoas-- moravam em domicílios particulares nesses locais e Casa Amarela é o que reúne boa parte deles. São 53.030 pessoas vivendo nessas condições no bairro, que só perde em tamanho para outros cinco no Brasil: Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (69.161 moradores); Sol Nascente, no Distrito Federal (56.483); Rio das Pedras, também no Rio de Janeiro (54.793), Coroadinho, no Maranhão (53.945); e Baixadas da Estrada Nova Jurunas, no Pará (53.129).
Em todo o Recife, dos 102.271 domicílios particulares situados em aglomerados subnormais, 40.917 estão ligados à rede geral de esgoto ou pluvial.
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) é a concessionária do serviço, que não atende a maioria das favelas. Pelo estudo do IBGE, 15.933 domicílios têm fossa séptica e 28.125, fossa rudimentar; 4.763 despejam o esgoto em valas e 10.266 diretamente em rio, açude, lago ou mar. Além disso, 1.102 têm outras formas de esgotamento sanitário. Ainda hoje, 1.165 casas não contam com banheiro ou sanitário.
Esgoto escorre pela Rua Santa Isabel (Foto: Luna Markman/G1 PE)Esgoto escorre pela Rua Santa Isabel
(Foto: Luna Markman/G1 PE)
Esgoto precário
Em alguns trechos do Alto Santa Isabel, parte alta de Casa Amarela, a água suja escorre pelas valas na via pública. O garçom Alexandre Soares mora há mais de 50 anos em uma residência com fossa séptica na Rua Santa Isabel. “A nossa sorte é que mora só eu e minha mulher, então não temos muito esgoto. Mas vez ou outra sobe o cheiro ruim”, conta ele.

O mesmo problema é observado na Avenida Nova Descoberta. Há cinco anos, Elenildo Alves abriu um comércio no local. “Disseram que iam sanear isso aqui, mas só fazem prometer. Aqui estamos diante de uma sujeira, de um mau cheiro, sujeitos a doença”, critica.
Dona Eunice ainda armazena água para emergências (Foto: Luna Markman/G1 PE)Dona Eunice ainda armazena água para
emergências (Foto: Luna Markman/G1 PE)
Perto dali está a 1° Travessa do Bigodão, onde vive a costureira Eunice Cândido. “Cansei de ver rato grande passar pela rua. Tem muito mosquito também, que pode trazer dengue”, disse. Eunice só moderou o tom na hora de reclamar sobre a falta de água. “Antes, a gente ficava até 15 dias sem. Agora, tem quase todo dia”, diz ela, que ainda armazena água em vasilhames e tonéis para emergências.

Atualmente, de acordo com o levantamento do IBGE, água não é o maior problema dos aglomerados subnormais do Recife. Cerca de 90% deles estão ligados à rede da Compesa. O restante conta com poço ou nascente, carros-pipa, água da chuva armazenada ou água de rio, açude, lago ou igarapé, além de outras formas de abastecimento de água. Quase 100% deles também têm acesso à energia elétrica e ao serviço de limpeza urbana que coleta lixo nas casas
Fonte: g1.com.

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