27.11.12

DETENTA DA COLONIA PENAL PASSA MAU E MORRE DENTRO DO PRESÍDEO

O fim de semana seria de comemoração para a detenta da Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima, Fabíola Pereira da Silva, 31. Isto porque, mesmo convivendo encarcerada há quase um ano, no último sábado (24), Fabíola, que era mãe de dois adolescentes de 10 e 12 anos, completava mais um ano de vida. Com isso, a reeducanda teria motivos de sobra para estar feliz, pois no último domingo (25) seria dia de visita do marido e dos filhos, regada a kit festa para comemorar a data.
No entanto, naquele dia, os filhos foram impedidos de entrar na unidade por falta de ordem judicial, pondo fim parcialmente às comemorações. Porém, horas depois, já por volta das 3h desta segunda-feira (26), um outro ocorrido impediu definitivamente que a comemoração com os filhos e marido fosse realizada pelos próximos anos. Fabíola faleceu dentro da cela após passar mal durante a madrugada desta segunda-feira (26).
“Por volta das 3h de hoje (segunda-feira, 26) uma detenta da mesma cela dela me ligou informando que a minha irmã tinha falecido. Ela contou que Fabíola ficou de 1h30 até as 3h da manhã se queixando de fortes dores, procurou a enfermaria, mas não deram nada a ela. Quando foi às 3h ela não aguentou as dores, desmaiou até vir a falecer”, relatou Flávio Roberto Pereira Azevedo, 33, irmão da vítima. Na segunda-feira (26), enquanto esperava a liberação do corpo da irmã na sede do Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, Recife, e o laudo apontando a causa morte, Flávio explicou que há alguns dias Fabíola, que cumpria pena em regime fechado pelo envolvimento com o tráfico de drogas, já havia se queixado das dores. Entretanto, na unidade prisional nada foi feito para evitar um problema eminente. Logo, a morte da parente, para ele, se deu por negligência da administração da unidade prisional.
“Há quatro dias ela disse que estava com dor de cabeça e de dente. Disse que ia na enfermaria, mas só davam paracetamol e dipirona. Não chegaram a levá-la para um hospital para analisar mais detalhadamente. E o pior é que na unidade eles têm uma ambulância para conduzir as presas”, disse Flávio que, se não bastasse com o ocorrido, ficou admirado com a falta de informação quanto ao falecimento da irmã. “Foi uma detenta que me comunicou. Fui ao presídio e procurei saber logo da minha irmã. Um agente penitenciário informou que ela tinha falecido, mas não disse a causa. Além disso, nem nos ligaram para falar do acontecido”, criticou. Agora, diante da situação, o familiar só espera uma coisa. “Espero que as autoridades dêem os cuidados devidos à internas para que isso não venha a ocorrer com outra detenta. Se tivessem levado ela ao hospital talvez não tivesse ocorrido isso”, desabafou o parente.
Em nota, a Secretaria de Ressocialização (Seres), órgão responsável pela administração da unidade, esclareceu os fatos. De acordo com o documento emitido à Imprensa, o órgão informou que “a reeducanda participou normalmente de atividades recreativas durante o final de semana. Por volta das 2h30 da madrugada da segunda-feira (26), a equipe de plantão da unidade prisional foi informada que ela estava passando mal na cela. Quando chegaram ao local, a detenta encontrava-se morta, sem que houvesse tempo de atendimento”. A diretoria informou ainda que não houve negligência, pois todos os procedimentos foram realizados. A causa morte constatada no óbito de Fabíola, segundo documento emitido pelo IML, foi um aneurisma cerebral. O enterro da mulher ocorrerá nesta terça-feira (27), às 16h, no Cemitério de Santo Amaro, área Central do Recife.
Fonte: Folha de Pernambuco

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