Operação padrão no IML

Por causa da operação padrão decretada pelos médicos legistas desde a última sexta-feira (11), o Instituto Médico Legal (IML) do Recife amanheceu, nesta terça-feira (15), com 40 corpos acumulados à espera de exames para liberação.

A operação padrão acarreta na diminuição das perícias, análises e laudos realizadas pelo IML em 50%. Do lado de fora da unidade, familiares vêem seu período de luto e sofrimento com a perda de parentes aumentar com a demora.

Sofrimento sentido na pele pela dona de casa Cícera Maria Pereira, que há 11 dias aguarda pela liberação do corpo de seu pai, Cícero José Pereira. "A família sofre porque perdeu o pai e ainda mais porque não podemos dar a ele um enterro digno", desabafou. Cícera - que é do município de Barreiros, na Zona da Mata Norte de Pernambuco - se divide entre o IML e um hospital de Moreno, distante 28 km do Recife, onde sua avó está realizando tratamento de saúde. Ela conta, ainda, que entregou os documentos do pai, mas ainda assim ele foi classificado como indigente. "Falaram que a gente não tinha entregado os documentos. Só que eu entreguei. Tivemos que reconhecer o corpo de novo, entregar tudo de novo", contou.

Os médicos reclamam da estrutura do prédio do IML e denunciam a falta de equipamentos, como aparelho para raio-x, bisturis para a realização dos exames, macas com rodas para o transporte dos corpos. Além disso, queixam-se da falta de um sistema de refrigeração e sistema para eliminação de odores no prédio. Segundo informações repassadas no local, é aguardada a chegada, ainda nesta terça-feira (15), de uma câmara frigorífica para ajudar na conservação dos cadáveres.
Fonte:JC online