BRASÍLIA - Um dia depois de comemorar seu aniversário com PMs grevistas durante o cerco à Assembleia Legislativa da Bahia, o general Gonçalves Dias, comandante da Sexta Região Militar, foi afastado do comando da operação para reprimir a greve. O governo oficialmente negou o afastamento, mas enviou a Salvador o comandante militar do Nordeste, general Odilson Sampaio Benzi, que se encarregou da operação contra os grevistas e endureceu o cerco nesta quarta-feira aos amotinados.
Para o Palácio do Planalto, deveria ter sido evitada a cena protagonizada pelo general Gonçalves Dias, que ganhou um bolo de aniversário dos grevistas. O Palácio do Ondina recebeu a informação de Brasília que a cena teria contrariado os comandos militares por sinalizar uma quebra de hierarquia. No Planalto, a avaliação de setores do governo era que a confraternização com grevistas deveria ocorrer somente após o fechamento de um acordo.
Para estancar o efeito cascata de greves nos demais estados, o Palácio do Planalto orientou o Palácio de Ondina, sede do governo baiano, a não ceder em relação à anistia aos policiais militares que estão fazendo atos de vandalismo e insubordinação. A recomendação foi passada diretamente pela presidente Dilma Rousseff ao governador Jaques Wagner (PT). O Planalto avalia que as negociações não avançaram porque houve impasse em relação à anistia.
Segundo o Planalto, a situação de insubordinação de PMs foi reforçada com anistias concedidas a grevistas. Por isso, as anistias aos grevistas do Rio de Janeiro, Maranhão, Rondônia e Ceará, negociadas recentemente, são consideradas pelo Planalto um grande erro.
Há preocupação no Planalto com a demora para uma solução para o impasse em Salvador. O temor é que isso contamine movimentos semelhantes em outros estados. Por isso, a ordem é resolver rapidamente a greve dos policiais. Mas, em relação aos atos de vandalismo, o governador Jaques Wagner não pretendia negociar a anistia.
Fonte: www.oglobo.globo.com
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