O líder petista Luiz Inácio Lula da Silva acusou hoje, em Santa Maria (RS), o governo da Bahia de ter provocado a violência, saques e arrastões durante a greve da Polícia Militar para que os grevistas encerrassem o movimento.
"Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. Veja, o que o governo tentou vender? A impressão que passava era de que, se não houvesse policial na rua, todo o baiano era bandido. Não é verdade. Os arrastões na Bahia me lembraram os que ocorreram no Rio em 92, quando a Benedita (da Silva, petista e atual vice-governadora do Rio) foi para o segundo turno (nas eleições para a prefeitura). Você percebeu que na época terminaram as eleições e, com isso, acabaram os arrastões? Faz nove anos e nunca mais se falou isso", disse Lula.
''A Polícia Militar pode fazer greve. Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salário micho, esse cidadão tem direito a fazer greve. Na Suécia, até o Exército pode fazer greve fora da época de guerra.''
As declarações de Lula foram feitas durante a ''caravana da agricultura familiar'', que ele realiza pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O líder petista criticou o acordo que está sendo feito pelo governo federal com o FMI e o acusou de estar ''engessando'' a administração do futuro presidente.
''Acho que o governo está fazendo de tudo para engessar o novo governo. Toda o discurso, o desmonte do Estado, é feito porque, na cabeça doentia da equipe econômica e na subordinação ao capital externo, querem que qualquer governo continue desenvolvendo suas políticas. Só temos interesse em ganhar as eleições para não fazermos as políticas que eles estão fazendo'', disse Lula.
Segundo Lula, o governo federal tem atitudes em relação ao funcionalismo mais agressivas que as do governo militar (64 a 85) em seu momento mais repressivo. ''Nem no tempo em que o Médici (Emílio Garrastazu, presidente entre 69 e 74) torturava o servidor ficou um ano sem receber'', disse.
Outro lado
O governador da Bahia, César Borges (PFL), classificou "como atestado de desinformação e incompetência" as afirmações do virtual candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, responsabilizando o Estado pelos saques e arrastões registrados durante os 13 dias de greve dos policiais civis e militares.
"Além de falar muita besteira, Lula demonstra que está completamente desinformado. Foram deputados petistas que insuflaram a greve e, depois, quando perceberam que o movimento estava fora de controle, procuraram o governo para abrir um canal de negociação."
Irônico, Borges disse que entende os motivos que levaram Lula a perder três eleições presidenciais.
"Eu admirava muito o Lula, mas diante das bobagens que fala, fico na mesma dúvida dos eleitores que o rejeitaram três vezes nas urnas. Com o que diz, nós não podemos acreditar em sua capacidade de governar o Brasil", disse César Borges, antes de embarcar para Brasília, onde teve um encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Fonte: www1.folha.uol.com.br / Imagem: centraldepoliciafsa.blogspot.com
OPINIÃO: Os leitores mais atentos e que visualizaram essa matéria direto na
fonte , perceberam que esse texto data de 2001e o governador daquela época era o César Borges (PFL), mas mesmo assim não deixa de ser uma matéria bem atual.
Até parece jogo de cartas marcadas. E outro detalhe importante é que cerca de um ano antes todos já falavam dessa mobilização história da PM baiana.
Hoje todos falam em apagão na segurança publica e a maioria absoluta dos governantes preferem deixar para seu "possível sucessor" essa bomba que vai, com certeza explodir na mão dos brasileiros.
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