Uma assembleia de centenas de policiais militares em Salvador decidiu no
início da noite desta quinta-feira pela continuidade da greve na
corporação. O grupo, composto de diversos integrantes da Associação de
Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), incluindo policiais
que ocupavam a Assembleia Legislativa desde o dia 31 de janeiro,
reuniu-se em um ginásio do Sindicato dos Bancários, em Salvador.
Após a decisão, o grupo entoou cantos de "Oooo, a PM parou" e "PM,
unida, jamais será vencida". De acordo com integrantes do movimento, com
as lideranças presas, a assembleia é a única que poderia decidir pela
continuidade ou não paralisação.
O governo segue propondo o pagamento escalonado das gratificações de
Atividade Policial (GAPs) 4 e 5, a partir de novembro deste ano. Os PMs
continuam recusando a proposta. Eles querem o pagamento da GAP 4 em
março deste ano e da GAP 5 em março do ano que vem. Além disso, o
governo disse que só dará anistia aos policiais que participaram do
movimento de forma pacífica.
Os grevistas marcaram uma nova assembleia para 16h de sexta-feira, no
mesmo local do encontro de hoje, para discutir uma possível
contraproposta do governo ou redefinir as reivindicações do movimento.
O líder do movimento na Assembleia Legislativa, o ex-policial Marco
Prisco, foi preso na manhã de hoje após deixar o prédio. Outro líder
grevista, Antônio Paulo Angelini, também foi preso. Os dois já tinham
prisão decretada. Além deles, dois PMs já haviam sido detidos. Ao todo
foram expedidos 12 mandados de prisão, dos quais quatro ainda não foram
cumpridos.
A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de
janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia
Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10
mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A
paralisação provocou uma onda de violência na capital e região
metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo
período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e
eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e
arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas
destruídas.
A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a
categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais
de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial
incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e
melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a
segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional
de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a
Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e
determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus
Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze
mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que
destes quatro foram cumpridos.
Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista,
foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu
um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam
chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos
trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma
rodovia federal.
Fonte:www.terra.noticias.com.br
No comments:
Post a Comment