24.8.11

POLICIAIS FERROVIARIOS FEDERAIS SÃO ACUSADOS DE FURTO E AGRESSÃO POR UM PSEUDO ARTISTA QUE ESTAVA DESNTRO DA ESTAÇÃO JOANA BEZERRA EM RECIFE


Três policiais ferroviários federais que atuam na segurança do Metrô do Recife (Metrorec) estão sendo acusados da prática de ofensas verbais, agressões físicas e furto de dinheiro pelo artista de rua baiano Jansen Flávio do Nascimento Pereira, 37 anos. O incidente teria ocorrido antre as 16h20 e 16h40 da segunda-feira, na Estação Joana Bezerra, onde o artista diz ter sido obrigado a desembarcar do trem da linha Cajueiro Seco e conduzido de forma hostil, com empurrões, para uma sala onde os três policiais rodoviários federais teriam consumado as ofensas e ampliado as agressões físicas. Ainda segundo Jansen, pouco antes de ser obrigado a entrar na sala sua bolsa caiu, e, ao ser devoldida não tinha apenas pouco mais de R$ 120 dos mais de R$ 400
que estavam guardados.
Negro natural de Salvador, Bahia, com cabelos dreadlock, ou simplesmente rasta, do movimento rastafari, Jansen disse não acreditar que tenha sido vítima de discriminação racial, mas contra os artistas populares. Contou que acabara de declamar o poema José (“E Agora, José”), de Carlos Drummond de Andrade e admite ter solicitado ajuda de quem desejasse oferecer. “Eu li uma placa que era proibido comércio ambulante e mendicância, mas não proibia arte”, argumenta. Disseram que seria melhor eu não ir à delegacia, que iam devolver o que era meu, mas parte do dinheiro não foi devolvida”, contou. As agressões teriam sido intensificadas quando cobrou o resto do seu dinheiro. “Me bateram, me chamaram de puto, disseram que queriam mesmo é poder bater mais. Me fizeram assinar um documento e me liberaram”, disse.
“Se eu estava errado, porque não me levaram para uma delegacia? Por quê me liberaram?”, argumentou, acrescentando que as imagens do sistema interno da estação pode provar suas afirmações. Chegou a registrar queixa na Delegacia da Boa Vista e passar por exame de corpo de delito, mas, temeroso, resolveu recorrer à Polícia Federal, onde o orientaram a retornas às 10h de hoje. “Fazer arte no metrô é crime? Arte é um bem que todos devem ter”, dizia um texto que fez enquanto aguardava para passar pelo exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML). O Diario de Pernambuco tentou, sem sucesso, obter um posicionamento da Superintendência de Trens Urbanos do Recife (STU-Recife) da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que administra o Metrorec.

 Fonte:  www.dpnet.com.br

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