19.5.11

PMs PRENDEM DELEGADO DA POLICIA FEDERAL

O disparo em vias públicas não causou apenas um grande susto em dois jovens que saiam de uma casa noturna depois de uma noite de alegria. Preso, o homem até então desconhecido, ofendeu, ameaçou e humilhou policiais militares que estavam trabalhando. Isso, por muito pouco não gera um grande conflito entre policiais armados


Jovem estudante baleado conta que delegado chegou cambaleando e atirou

O delegado Braúlio do Carmo Figueiredo, da Polícia Federal de Mato Grosso foi preso pela Polícia Militar após disparar um tiro em vias públicas. O estilhaço da bala atingiu de raspão um pouco abaixo do braço de um estudante universitário de 19 anos que estava em companhia de uma amiga da mesma idade. Preso, o delegado teria ofendido, ameaçado e humilhado os policiais militares que participavam da operação.

A prisão, segundo a Polícia Militar, aconteceu por volta das 5h da madrugada desta quinta-feira (19), ao lado da Praça Santo Dumont, localizada na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Goiabeiras, área central de Cuiabá. O delegado, segundo ainda a Polícia Militar, havia saído de uma casa noturna e portava uma pistola calibre nove milímetro (9mm), quando teria disparado um tiro.

O estilhaço da bala atingiu de raspão um pouco abaixo do braço direito o estudante universitário Thiago Perdeneiros Taques, que saia de outra casa noturna, também na Avenida Getúlio Vargas em companhia de uma amiga identificada como B.L.B.B., também estudante.

No exato momento,do disparo, no entanto, passava pelo local uma viatura da Polícia Militar, cujos policiais, ouvirem o barulho do tiro, pararam para averiguar o que estava acontecendo e acabaram flagrando o delegado ainda com a pistola em punho.

O delegado federal, segundo informações de testemunhas à Polícia Militar, havia acabado de sair de uma casa noturna próximo ao local onde aconteceu o disparou e estaria embriagado. Cambaleando, segundo as vítimas, o homem até então desconhecido, foi em direção ao casal que estava entrando em um carro, e sem mais nem menos disparou falando algumas palavras cujas vítimas não entenderam.

"O homem (o delegado Bráulio) estava muito bêbado. Ele veio até nós cambaleando. Apontou a arma e disparou. Nós escapamos por sorte ou milagre. Não sei porque ele fez isso. Nós não estávamos na mesma boate, muito menos o conhecemos”, afirmou Thiago.

Além do disparo, o delegado Bráulio também teria tentando resistir à prisão, chegando a ofender verbalmente os policiais militares, que também foram ameaçados de morte e humilhados. Isso, por muito pouco não gerou um conflito ainda maior entre os policiais.

“Vocês não são ninguém. Vou pegar vocês”. São algumas das muitas ofensas, ameaças e humilhações conforme consta do Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Além da humilhação, os três policiais militares que participaram da prisão do delegado Braúlio, ainda que tiveram que esperar muitas horas para serem ouvidos durante o flagrante.

O delegado foi levado direto para a Central de Flagrantes do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc-Norte), do bairro Planalto, onde o delegado Jefferson Dias Chaves ratificou à voz de prisão dado pela Polícia Militar.  Bráulio foi autuado por disparado de arma de fogo em vias pública e lesão corporal causada pelo disparo. Se condenado, pode pegar de dois a quatro anos de reclusão por cada crime.

Um comerciante que estava chegando ao local onde o delegado Bráulio foi preso pela Polícia Militar por volta das 5 horas da madrugada desta quinta-feira, disse que ficou estarrecido com os acontecimentos. Contou que não foi a primeira vez que pessoas disparam tiros no mesmo local, onde, principalmente nos finais de semanas, milhares de pessoas, principalmente jovens, se concentram para farrear e fazer bagunça.

 “Eu também tremi de medo quando ouvi o tiro e fique paralisado, por pelo menos dois minutos”, disse o comerciante.

Depois do susto do tiro, o comerciante ainda comentou: “Fiquei com muito medo porque todos estavam armados. E o que é ainda muito pior, o homem que segurava a pistola parecia estar muito bêbado e descontrolado”, disse o comerciante que concluiu.

“Temi que ele começasse a disparar outros tiros, inclusive contra os policiais e isso gerasse uma verdadeira guerra no meio de uma avenida muito movimentada. Aliás, seria muito bom que a Polícia viesse sempre aqui, pois o que não faltam são tiros, bebidas e drogas”, alertou.

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