MP quer apurar conduta da PM em conflito que deixou morto e ferido em SP.
Corporação diz que policiais visualizaram confronto e pediram reforço.
O Ministério Público de São Paulo vai pedir ao Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep), da Promotoria de Justiça, que apure a conduta da Polícia Militar durante uma briga entre skinheads e punks que deixou um morto e um ferido grave em frente a uma casa de shows em Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista, na noite de 3 de setembro. A promotora Mildred de Assis Gonzalez solicitará a análise de um novo vídeo que mostra a atuação da PM no confronto para saber se ela cometeu alguma irregularidade ou omissão.
As imagens mostram o que aconteceu perto do Carioca Club, na Rua Cardeal Arcoverde, onde estava programada a apresentação de uma banda de rock. Nas cenas é possível ver os grupos rivais caminhando pela calçada, a concentração deles numa esquina, um rojão ser atirado em meio à multidão e a chegada de dois policiais militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), que estacionam na contramão, mas se mantêm à distância de onde ocorreu a briga, apenas observando a confusão.
As imagens mostram o que aconteceu perto do Carioca Club, na Rua Cardeal Arcoverde, onde estava programada a apresentação de uma banda de rock. Nas cenas é possível ver os grupos rivais caminhando pela calçada, a concentração deles numa esquina, um rojão ser atirado em meio à multidão e a chegada de dois policiais militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), que estacionam na contramão, mas se mantêm à distância de onde ocorreu a briga, apenas observando a confusão.
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O vídeo mostra ainda algumas pessoas correndo. Um dos policiais de moto aborda um suspeito, mas ele e o colega permanecem a maior parte do tempo vendo o corre-corre de longe. Carros também aceleram para escapar da confusão. Policiais com motos só vão ao local após o fim do confronto quando também aparecem carros policiais.
Em seguida, aparecem outros policiais militares caminhando pela calçada em direção à boate. Por fim, a câmera flagra a passagem do carro de resgate, que deixa a frente da casa noturna.
A própria Polícia Militar havia confirmado em entrevistas ter sido alertada pela organização da boate sobre o risco de o conflito ocorrer por causa da apresentação do britânico Cock Sparrer, que tem fãs punks e skinheads. Ao todo, 200 pessoas atenderam ao chamado pela internet para o enfrentamento.
Mesmo tendo sido avisada sobre o agendamento do confronto com quase uma semana de antecedência e ter realizado patrulhamentos ostensivos na região, a PM não conseguiu evitar a briga que resultou num assassinato e numa lesão corporal grave. O punk Jonhi Raoni Falcão Galanciak, de 25 anos, foi esfaqueado e morto. O skinhead Fábio dos Santos Medeiros, de 21 anos, levou pauladas na cabeça e acabou internado no Hospital das Clínicas. Ele já teve alta. O skinhead apontado como assassino de Galanciak está preso. O punk agressor de Medeiros teve a prisão decretada pela Justiça.
A promotora Mildred Gonzalez, que acompanha a investigação da Polícia Civil sobre o crime, quer esclarecer algumas dúvidas que têm sobre a atuação da PM:
1) Por que a PM não conseguiu impedir a pancadaria mesmo sabendo que ela poderia acontecer?
2) Por que a PM não comunicou a Polícia Civil que poderia ocorrer algum conflito? A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) costuma avisar a Polícia Militar sobre riscos de brigas.
3) Por que os dois policiais militares que chegam nas motos para atender o chamado sobre a briga ficam observando o local onde ocorreu a confusão à distância sem interferir?
A própria Polícia Militar havia confirmado em entrevistas ter sido alertada pela organização da boate sobre o risco de o conflito ocorrer por causa da apresentação do britânico Cock Sparrer, que tem fãs punks e skinheads. Ao todo, 200 pessoas atenderam ao chamado pela internet para o enfrentamento.
Mesmo tendo sido avisada sobre o agendamento do confronto com quase uma semana de antecedência e ter realizado patrulhamentos ostensivos na região, a PM não conseguiu evitar a briga que resultou num assassinato e numa lesão corporal grave. O punk Jonhi Raoni Falcão Galanciak, de 25 anos, foi esfaqueado e morto. O skinhead Fábio dos Santos Medeiros, de 21 anos, levou pauladas na cabeça e acabou internado no Hospital das Clínicas. Ele já teve alta. O skinhead apontado como assassino de Galanciak está preso. O punk agressor de Medeiros teve a prisão decretada pela Justiça.
A promotora Mildred Gonzalez, que acompanha a investigação da Polícia Civil sobre o crime, quer esclarecer algumas dúvidas que têm sobre a atuação da PM:
1) Por que a PM não conseguiu impedir a pancadaria mesmo sabendo que ela poderia acontecer?
2) Por que a PM não comunicou a Polícia Civil que poderia ocorrer algum conflito? A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) costuma avisar a Polícia Militar sobre riscos de brigas.
3) Por que os dois policiais militares que chegam nas motos para atender o chamado sobre a briga ficam observando o local onde ocorreu a confusão à distância sem interferir?
Novo vídeo“O MP vai encaminhar ao Gecep o vídeo com a atuação da PM para averiguar se existiu algum ato irregular ou omisso e apurar eventuais responsabilidades dos policiais militares envolvidos na ação. Se o Gecep achar necessário, ele poderá instaurar algum procedimento para apurar o caso”, afirmou a promotora Mildred Gonzalez ao G1.
Após assistir ao vídeo, a promotora afirmou que a conduta dos policiais tem de ser analisada pelo Gecep. “Verifico que as motos observaram que estava acontecendo algo, mas não quiseram se intrometer num primeiro momento e não sabemos porque saem de lá. Depois retornam duas motos sem sabermos se são os mesmos policiais. Vou entrar em contato também com a delegada [Margarette Barreto, da Decradi] para saber se esses policiais foram ouvidos e identificados.”
No entendimento de Mildred, a PM deveria ter feito um trabalho de policiamento preventivo mais eficaz. “Nesse caso, não era um perigo abstrato, era um perigo concreto diante das ameaças da briga que poderia ocorrer e que na verdade ocorreu. É indiscutível que deveria ter tido um policiamento na frente da casa noturna.”
Polícia MilitarProcurado para comentar as declarações da promotora, o capitão Cleodato Moisés, porta-voz do Comando de Policiamento da PM, afirmou que não era possível ter deixado um carro de polícia na frente do Carioca Club. “A PM sabia que poderia haver um conflito, mas não sabia onde isso poderia ocorrer. A PM entende que procedimento foi o correto e o patrulhamento chegou rapidamente. A conduta da polícia de trabalho preventivo foi cumprida. Foram mandadas três patrulhas da Rocam e dois carros da Força Tática”, disse o capitão Moisés.
O capitão Moisés não viu o vídeo que mostra dois policiais da Rocam durante a briga entre skinheads e punks no dia 3, mas foi informado sobre o seu conteúdo. Indagado se a atuação deles foi adequada, o oficial respondeu que sim. “Eles foram os primeiros a chegar ao local da briga, visualizaram a movimentação e pediram apoio, depois se dirigiram para o tumulto com as viaturas e evitaram um mal maior. Os grupos rivais foram dispersos e lá estavam duas pessoas caídas, quatro facas foram localizadas e oito pessoas acabaram detidas por suspeita de participação no confronto”.
Após assistir ao vídeo, a promotora afirmou que a conduta dos policiais tem de ser analisada pelo Gecep. “Verifico que as motos observaram que estava acontecendo algo, mas não quiseram se intrometer num primeiro momento e não sabemos porque saem de lá. Depois retornam duas motos sem sabermos se são os mesmos policiais. Vou entrar em contato também com a delegada [Margarette Barreto, da Decradi] para saber se esses policiais foram ouvidos e identificados.”
No entendimento de Mildred, a PM deveria ter feito um trabalho de policiamento preventivo mais eficaz. “Nesse caso, não era um perigo abstrato, era um perigo concreto diante das ameaças da briga que poderia ocorrer e que na verdade ocorreu. É indiscutível que deveria ter tido um policiamento na frente da casa noturna.”
Polícia MilitarProcurado para comentar as declarações da promotora, o capitão Cleodato Moisés, porta-voz do Comando de Policiamento da PM, afirmou que não era possível ter deixado um carro de polícia na frente do Carioca Club. “A PM sabia que poderia haver um conflito, mas não sabia onde isso poderia ocorrer. A PM entende que procedimento foi o correto e o patrulhamento chegou rapidamente. A conduta da polícia de trabalho preventivo foi cumprida. Foram mandadas três patrulhas da Rocam e dois carros da Força Tática”, disse o capitão Moisés.
O capitão Moisés não viu o vídeo que mostra dois policiais da Rocam durante a briga entre skinheads e punks no dia 3, mas foi informado sobre o seu conteúdo. Indagado se a atuação deles foi adequada, o oficial respondeu que sim. “Eles foram os primeiros a chegar ao local da briga, visualizaram a movimentação e pediram apoio, depois se dirigiram para o tumulto com as viaturas e evitaram um mal maior. Os grupos rivais foram dispersos e lá estavam duas pessoas caídas, quatro facas foram localizadas e oito pessoas acabaram detidas por suspeita de participação no confronto”.
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