29.1.12

VEJA UMA CONFRATERNIZAÇÃO EM UM DOS PRÉDIOS QUE DESABARAM NO RIO E JANEIRO


Vídeo mostra a confraternização de final de ano da empresa de tecnologia.
Prédios desabaram na Avenida Treze de Maio, na quarta-feira (25).

Do Jornal Nacional
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O Jornal Nacional conseguiu com exclusividade as imagens que mostram como era o interior de dois edifícios que desabaram no Centro do Rio de Janeiro. Pessoas que perderam tudo mostram que possuem vontade de recomeçar.
O vídeo exibe a confraternização de final de ano da empresa de tecnologia TO, localizada no edifício Liberdade.

Menos de um mês depois, o assessor comercial da empresa, Vander Garcia,  tem que improvisar o local de trabalho na casa de um funcionário. O sonho de abrir uma filial foi adiado.
"Vamos ter que começar tudo do zero, uma nova sede da Primacy e deixar um pouco mais para frente o plano de uma filial. A partir de segunda-feira as coisas começam a voltar ao normal e as pessoas trabalhando normalmente", contou Vander.
O assessor também contou que os clientes da empresa estão sendo solidários. "Os clientes estão sendo bem solícitos. O telefone não para de tocar, perguntando como nós estamos. Nenhum cliente ligou até agora reclamando referente a documentos. Eles estão dando o total apoio possível", explicou.
Com os olhos cheios d'água, Vera Barros Jorge quase não consegue falar sobre o edifício Colombo de dez andares, que o avô Eloy mandou construir em 1938. Um prédio de importância histórica que chegou a ser objeto de um ensaio fotográfico sobre o estilo ardecor. No térreo tinha uma agência do banco Itaú e em uma das salas, tinham contratos, escrituras e a história da família de Vera.
"O caminho é difícil. Tudo aquilo ali está muito misturado com a emoção, porque tem um pouco da história da minha família. Então um dia você vai trabalhar lá e no dia seguinte você vê apenas escombros. É tudo tão triste", desabafou Vera.

Força para prosseguir
Outra história de perda é do dentista Antônio Molinaro. Ele trabalhava no quarto andar do edifício e conta que perdeu R$ 350 mil em equipamentos e 4 mil fichas de clientes, ou seja, a história de 35 anos de profissão.
"Tudo onde eu trabalhava virou pó. Eu vou ficar em casa com um caderno, esperando ligações das pessoas. O que eu fiz hoje? Fiquei o dia todo sentado em uma poltrona vendo o pó do meu consultório. Há 35 anos que eu não faço isso. Na segunda-feira eu vou ter que ir ao banco e vou ter que contar com a compreensão do gerente", disse Molinaro.
Ele ainda acrescentou que apesar da tristeza, pretende e quer recomeçar. "Tenho 60 anos, mas estou vivo. Vou recomeçar como todo dia de manhã, que a gente acorda, abre a janela, vê o sol. A vida só acaba, quando a gente morre", concluiu.

Renan Magalhães Pimentel tinha uma livraria de quase 15 anos, com cinco empregados na sobreloja do edifício. O local acabou e o empresário colocou alguns dos seus livros em caixas para distribuir em bancas de jornais.
"Possível recomeçar sempre é, porque a gente nasce pelado e vem ao mundo com nada e é aqui que a gente aprende e conquista as coisas, sejam elas materiais ou não. Eu nasci com essa força, eu não tirei de lugar nenhum não. O pouco que eu conquistei até hoje foi trabalhando e é isso que eu sei fazer", disse Pimentel.
Na banca de jornal, Renan encontrou com a jornaleira Nina Schiapeta, uma das primeiras pessoas que ele falou após o desabamento dos prédios.
"O recomeço é atitude dos fortes. Ele é forte e grandioso. Ele já conseguiu", falou Nina sobre o amigo.

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