João Dias afirmou à 'Veja' que ministro recebeu propina de verba desviada.
Ele disse que vai apresentar ao delegado provas materiais de acusações.
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O policial militar João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva, de receber propina, foi nesta quarta-feira (19) à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Ele chegou por volta das 15h10 e só saiu por volta das 22h50, num depoimento que durou cerca de sete horas e meia.
Ao chegar, João Dias, como é conhecido, afirmou que apresentará ao delegado da PF responsável pela investigação "provas materiais" das acusações que fez ao ministro. "Vou apresentar provas materiais no depoimento. (..) Ainda tem muito mais", afirmou o policial ao chegar.
O policial disse ainda que seus advogados conseguiram autorização na Justiça Federal para que ele tenha acesso a provas obtidas durante a Operação Shaolin, da Polícia Civil do Distrito Federal, na qual João Dias chegou a ser preso. A operação investigou desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.
Antes da chegada de João Dias, um coronel da Polícia Militar aguardava por ele para acompanhar o depoimento.
Na terça (18), João Dias se reuniu com parlamentares da oposição no gabinete da liderança do PSDB. Ele afirmou que entregou à revista "Veja" o áudio de uma reunião realizada em 2008 para tratar da prestação de contas do programa. Ele não apresentou as supostas provas em público, após a reunião.
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Ele afirmou na terça que entrou em contato com o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), porque está sofrendo ameaças de morte. O líder tucano disse que o PSDB encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido de "garantia de vida" para o policial militar.
Há expectativa de que o policial peça proteção especial à Polícia Federal nesta quarta. Na noite de terça, o ministério da Justiça informou que, se houvesse solicitação, a Polícia Federal concederia "imediatamente" proteçãoespecial a João Dias Ferreira.
Segundo nota da assessoria da pasta, a decisão foi tomada depois que o ministério recebeu ofício do PSDB solicitando a proteção especial.
Depoimento no Congresso
Além do depoimento na PF, João Dias deve ainda ser ouvido na próxima semana pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. A comissão aprovou na manhã desta quarta (19) requerimentos que convidam o policial militar João Dias Ferreira e Célio Soares Pereira.
Além do depoimento na PF, João Dias deve ainda ser ouvido na próxima semana pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. A comissão aprovou na manhã desta quarta (19) requerimentos que convidam o policial militar João Dias Ferreira e Célio Soares Pereira.
Os dois requerimentos foram protocolados pelo líder do DEM na Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto. Os convites não obrigam a presença na comissão, ficando a cargo do convidado decidir se comparece.
Os requerimentos têm como base declarações publicadas em reportagem da "Veja" deste fim de semana. João Dias afirmou que o ministro teria comandando um esquema que desviou cerca de R$ 40 milhões da pasta nos últimos oito anos.
Célio Soares Pereira, que teria sido um "faz-tudo" no ministério na época da suposta fraude, falou à "Veja" que chegou a entregar dinheiro nas mãos de Orlando Silva. A revista diz que atualmente Célio Pereira trabalha em uma academia de ginástica do policial militar João Dias.
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