Onda de violência contra policiais vem aumentando a cada dia em São Paulo. Só neste ano, até o momento, foram registradas 86 mortes de policiais após ataques de bandidos, sendo 68 oficiais da ativa e 18 aposentados. Os policiais, na grande maioria dos atentados, foram surpreendidos quando estavam sozinhos e fora da rotina de trabalho, já que apenas quatro deles morreram no horário de serviço - segundo dados divulgados pela assessoria de imprensa da Polícia Militar.
Para entender o que se passa na cabeça de um agente neste momento de "guerra declarada" com o crime organizado, o Portal da Band conversou com um soldado que, a cada dia que passa, sabe que pode se tornar um alvo nas ruas da capital paulista.
Para garantir a segurança da fonte, vamos identificá-lo nesta matéria como soldado F. Há dez anos na corporação, ele sempre sonhou em ser policial. Teve o pai, sargento reformado da PM, como exemplo. E não se arrepende de sua decisão, mas confessa que, com os últimos ataques, passou a tomar certos cuidados para não ser surpreendido pelos bandidos.“Não tem como ficar alerta 24h, não somos máquinas, mas, na medida do possível, eu fico de prontidão. Não ando pelos mesmos lugares, evito utilizar as mesmas linhas de ônibus e metrô e não faço o mesmo itinerário, sempre busco percursos alternativos pra evitar que algo aconteça”, diz F., que garante ter recebido várias ameaças por sua atuação nas ruas de São Paulo.
“Na minha área eu sou muito ameaçado. Até já descobriram meu telefone”, afirma F. “De um modo geral, todos nós estamos apreensivos, já que o criminoso está vindo para cima da gente não apenas na função de PM, mas também em bico (quando o policial está exercendo outra atividade que não a de PM), de folga e, principalmente, quando estamos vulneráveis. Eles (bandidos) estão fazendo campana, investigando a vida dos policiais e procurando facilidades para agir”, alerta o soldado.
Tal teoria pode ser comprovada com fatos. No último dia 19, por exemplo, um sargento estava de folga e morreu em um bar no centro de São Paulo. E em um dos mais recentes casos, na última quarta-feira, um PM à paisana foi rendido e morto por dois bandidos, também em um estabelecimento. Em contrapartida, a PM já efetuou a prisão de 108 criminosos que praticaram homícidio ou tentativa de homicídio contra policiais militares, até o momento, de acordo com dados oficiais.
Pressão
Para F., a maioria dos policiais, hoje, não tem tranquilidade para trabalhar. Seja por causa dos ataques a PMs, seja pela pressão que os comandantes exercem sobre eles. “Hoje o agente fica com medo de tirar a arma da cintura porque, se ele der um tiro errado ou até mesmo acertar o bandido, pode ser retirado das ruas, perder o emprego ou ir para um presídio militar”, avalia. Continue lendo no Blog da Renata
Fonte: www.noqap.blogspot.com.br
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