“Completei 29 anos um dia antes do prazo permitido, ou seja, no dia 25 de março”, diz Jacilene Alice, de 29 anos. Esse fala é mais um depoimento de frustração dos candidatos ao concurso para a Polícia Militar de Pernambuco. Alice e outras 52 pessoas protestaram hoje pela manhã por conta da proibição dos candidatos aprovados no concurso, acima de 28 anos de idade, ingressarem nos quadros da PM. A medida foi realizada pela comissão organizadora da seleção, que foi realizada este ano pelo governo do Estado de Pernambuco.
Os manifestantes se encontraram hoje pela manhã no Parque 13 de Maio, no centro do Recife. De lá, eles partiram rumo ao Palácio do Campo das Princesas. Neste momento, alguns representantes estão negociando com o responsável pela Casa Militar Coronel Mário Cavalcanti. Eles reivindicam a “equidade” no tratamento da lei para todos os candidatos que participaram do concurso. Pois, através de uma portaria, apenas 108 candidatos acima de 28 anos foram convocados para o curso de formação do quadro de soldados da PM.
Segundo um dos organizadores da manifestação, o estudante de direito Eduardo Ferreira, existe uma falta de planejamento do governo com relação a este concurso. Ele destacou que, no primeiro momento, o governo assinou um decreto, no dia 30 de julho, excluindo todos os candidatos acima de 28 anos da seleção. Logo em seguida, no dia 5 de agosto, outro decreto foi assinado pelo secretário de Defesa Social Wilson Damázio, convocando 108 candidatos acima da idade máxima estipulada pelo edital, ou seja, os 28 anos completos até a convocação pelo governo do estado.
“O que desejamos é ter os mesmos direitos destas pessoas que foram convocadas pelo estado. Sabemos que o governo tem o objetivo de contratar 10 mil militares até a Copa de 2014. Nesse concurso, foram inscritos mais de 109 mil candidatos. Com isso, o governo arrecadou mais de R$ 8 milhões em inscrições”, afirma. Mesmo participando da mobilização, Eduardo Ferreira fez questão de frisar que também participou da seleção e foi aprovado. “Eu e todos os candidatos aqui passamos na prova teórica, fizemos os exames e teste físicos. Estamos aptos a começar o curso de formação de soldados”, defende.
A manifestação, hoje pela manhã, também mobilizou famílias. A dona de casa Jodite Martins, de 63 anos, acompanhou seu filho Eduardo Martins, de 29 anos. “Que não foi convocado por um ano. Esse menino não é velho”, contou. A mãe declarou que acompanhou a trajetória de estudos e preparação do filho desde o início. “Ele estudava todos os dias. É uma tristeza muito grande. Eu tenho que se forte na frente dele. Mas, à noite, com a cabeça em meu travesseiro, começo a chorar”, diz emocionada.
Por Tércio Amaral, da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
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